Nordeste terá mais de 21 mil homens com câncer de próstata por ano, sendo 2 mil no MA
A neoplasia de próstata é o segundo câncer mais frequente em homens, precedido apenas por tumores de pele não melanoma. É o que aponta o levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com os registros, o Brasil deve somar mais de 71 mil novos casos a cada ano do triênio 2023/2025, um aumento de 8,5% em relação a estimativa anterior, que era de 65.840 casos, observa a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Só o Nordeste deve registar mais de 21 mil casos, sendo que na Bahia o número é de 6.510. A Bahia também apresenta a maior prevalência do Nordeste e do Brasil, com 79 casos para cada 100 mil pessoas.
Para Amanda Leite, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Cirurgiã Oncológica, os negros têm um risco maior de câncer de próstata do que as pessoas de outras raças. “Esse é um dos motivos do estado da Bahia ter o maior número de prevalência de casos não só no Nordeste, mas a nível Brasil. Ainda é desconhecido porque os negros tem maior predisposição ao câncer de próstata”, explica.
Confira o número de casos no Nordeste por ano
Estado |
Nº de casos de câncer de próstata por ano |
Prevalência – casos para cada 100 mil pessoas taxa ajustada |
Alagoas | 930 | 57.35 |
Bahia | 6.510 | 79.42 |
Ceará | 3.120 | 54.03 |
Maranhão | 2.000 | 55.49 |
Paraíba | 1.650 | 61.16 |
Pernambuco | 2.930 | 57.17 |
Piauí | 1.190 | 78.05 |
Rio Grande do Norte | 1.450 | 65.96 |
Sergipe | 870 | 77.61 |
Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica nas Estimativas do câncer para o triênio 2023-2005 do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A campanha Novembro Azul vem para reforçar a conscientização dos homens sobre a importância da prevenção e da realização de check-ups anuais para um possível diagnóstico precoce. Segundo pesquisa realizada pela Qualibest, encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), em sua maioria os homens não procuram médicos especialistas para fazer exames de prevenção ou, quando fazem, é por ter surgido algum sintoma.
Segundo Amanda é fundamental a realização dos exames de rotina, pois o câncer de próstata tem, na maioria dos casos, uma evolução silenciosa. “O tumor costuma não apresentar sintomas e, quando apresenta, pode ser confundido com crescimento de tumor benigno da próstata, portanto, é fundamental avaliar pelos exames: (PSA) proteína produzida pelo tecido prostático e o exame de toque retal, que propicia descobrir a doença em fase mais inicial”, explica.
Além do diagnóstico precoce, o presidente da (SBCO), Rodrigo Nascimento, ressalta a importância de adotar hábitos saudáveis. “Além dos exames para prevenção, há outras atitudes preventivas que são fundamentais para a saúde como a prática regular de atividade física, alimentação equilibrada, além de não fumar”.
Há ainda fatores que favorecem a incidência do risco de câncer de próstata, que incluem:
Envelhecimento – O risco de câncer de próstata aumenta com a idade. É mais comum depois dos 50 anos.
Raça – Por razões ainda não determinadas, os negros têm um risco maior de câncer de próstata do que as pessoas de outras raças. Nos negros, o câncer de próstata também tem maior probabilidade de ser agressivo ou avançado.
Histórico familiar – Se um parente de sangue, como pai, irmão ou filho, tiver sido diagnosticado com câncer de próstata, o risco pode aumentar. Além disso, se houver histórico familiar de genes que aumentam o risco de câncer de mama (BRCA1 ou BRCA2) ou um histórico familiar muito forte de câncer de mama, o risco de câncer de próstata pode ser maior.
Obesidade – Pessoas obesas podem ter um risco maior de câncer de próstata em comparação com pessoas consideradas com peso saudável, embora os estudos tenham tido resultados mistos. Em pessoas obesas, o câncer tem maior probabilidade de ser mais agressivo e de retornar após o tratamento inicial.
Tratamento em casos de câncer de próstata
O tratamento para os pacientes com diagnóstico de câncer de próstata varia de acordo com a localização e o estágio da doença. Nem sempre a cirurgia é necessária. Quando a doença é localizada — ou seja, só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos —, costuma-se fazer cirurgia e/ou radioterapia. Em alguns desses casos, pode ser proposta a observação vigilante no tumor, também conhecida como vigilância ativa.
Para doença localmente avançada, o indicado é combinar radioterapia ou cirurgia com tratamento hormonal. Já nos casos de metástase (quando o tumor se espalha para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.
Como a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada, de acordo com a avaliação médica, o cirurgião oncológico é um dos profissionais habilitados para o planejamento terapêutico e cirúrgico do câncer de próstata. De acordo com a SBCO, juntamente à uma equipe multidisciplinar, este especialista poderá definir qual é a melhor, mais segura e eficaz conduta para cada paciente.
Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).
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Segundo levantamento da SBCO na base estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), haverá 21 mil novos pacientes por ano com diagnósticos de câncer de próstata da região nos próximos 3 anos. #OMaranhaoSeInformaAqui
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