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Autismo: especialista destaca avanços na conscientização sobre o TEA em Balsas e no mundo

Por resolução da Organização das Nações Unidas – ONU, o dia 2 de abril foi definido como o “Dia Mundial de Conscientização do Autismo”, e sempre citado na mídia e em campanhas como o Abril Azul. O objetivo da resolução foi dar maior visibilidade e esclarecimento ao tema, já que o Autismo – ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) – durante muito tempo foi algo desconhecido da população e até ausente das políticas públicas e ações governamentais de saúde.

No município de Balsas/MA, 02 de abril, foi instituído como o “Dia Municipal de Conscientização do Autismo”, através da Lei Municipal nº 1.400, de 24 de abril de 2018. O município tem em vigor a Lei nº 1.489, de 19 de setembro 2019 – que dispõe sobre a obrigatoriedade dos estabelecimentos públicos e privados do município a inserir nas placas de atendimento prioritário o símbolo mundial da conscientização acerca do Transtorno do Espectro Autista – TEA.

As duas leis são resultadas de muita luta e esforços de mães, profissionais e autoridades políticas, liderados pela Drª Benilde Miranda, Psicopedagoga Clínica, Terapeuta Especialista em Autismo, que em entrevista destaca a importância da conscientização e do abril azul. Confira:

Criação do “Dia Mundial e também do dia Municipal de conscientização do autismo”

foi um passo extremamente importante, de grande valor, por trazer ainda à tona e fomentar o debate e a informação sobre esse tema, tão necessário e importante à sociedade. No município de Balsas, a data objetiva a realização de eventos e atividades, por meio de seminários, palestras e outras voltadas para a promoção e a conscientização dos direitos dos autistas.

Reflexos positivos da existência desse Dia Mundial de conscientização

Há algum tempo não se tinha disponível à comunidade informações efetivas e claras sobre o transtorno. E para que se possa dar um tratamento adequado, estimular e proporcionar o bom convívio social e a inclusão escolar às pessoas com autismo, foi preciso disseminar conhecimento, divulgar o que são os transtornos. Uma das consequências disso é alcançar o objetivo de que o diagnóstico, o tratamento e acompanhamento sejam cada vez mais precoces e os preconceitos deixem de existir. E esse “Dia Mundial” é o grande momento, onde as famílias, os profissionais, pessoas que têm afinidade com a causa e a sociedade se abrem ao debate, com amplos espaços em mídias importantes como a televisão aberta, jornais, portais de internet, emissoras de rádio, além dos inúmeros seminários direcionados ás famílias e aos profissionais da área.  É o momento de panfletar, de falar, de abrir a sua rede social pra falar disso e fazer com que as pessoas despertem interesse que vá além dessa data, que em si é apenas o start para que o debate, a conscientização e a compreensão do que é de fato o autismo se torne permanente.

O “Dia Mundial” popularizou o conhecimento do transtorno? Hoje, os casos são mais facilmente detectáveis e diagnosticáveis?

Antigamente, por desconhecimento e dificuldades de diagnóstico, a “incidência” do autismo poderia ser considerada muito pequena, porém, hoje em dia é algo mais conhecido. Quem não tem uma pessoa dentro da sua própria família com autismo, ou mesmo, conhece alguém que tenha na família? Com isso então, é fácil perceber que o tema se popularizou e até passou a ser “roda de conversa”.

Pode-se afirmar então que o tema “autismo” deixou de ser algo distante e passou a ser comum, rotineiro?

É um assunto para o qual a sociedade despertou, sendo inclusive utilizado na ficção, na dramaturgia, até em séries. Já conseguimos divulgar muito, mas a luta não pode parar, é preciso continuar pois ainda existem muitos mitos e preconceitos e só é possível combater isso através da conscientização. E é isso o que fazemos nesse exato momento.

Em linguagem simples, o que define autismo, ou, o que é o autismo?

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, segundo aponta o “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition” (DSM-V), traduzindo, “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais”, em sua quinta edição. É muito utilizado pela psiquiatria mundial, e define que o autismo se caracteriza por dois sinais: primeiramente o atraso nas áreas da comunicação social.  Por que comunicação social? Antes, havia uma separação visível entre comunicação e questões sociais. Mas, com o passar do tempo percebeu-se que uma está muito ligada à outra, então hoje, o termo utilizado é “comunicação social”. Avalie: se eu não me comunico bem, eu não interajo socialmente bem, e em sentido inverso, se eu também não interajo, não desenvolvo a comunicação. E o outro sinal são os aspectos, os comportamentos estereotipados. Ter atraso nesses dois sinais, abre o precedente para que possamos afirmar que existem sinais de autismo. Tais sinais com o conhecimento existente hoje são perceptíveis nos primeiros meses de vida, ainda quando bebê.  A partir dos seis meses de idade até completar o primeiro ano, já é possível notar alguns sinais. Porém, é mais comum que os pais venham perceber e buscar ajuda depois dos dois anos idade, quando os sinais se tornam mais visíveis, pois se aos dois anos de idade a criança não conseguiu falar uma palavra sequer, não tem intenção comunicativa ativa, possui comportamento repetitivo, ai sim, os pais ficam preocupados, e passam a buscar ajuda. Aos dois anos de idade espera-se muita interação de uma criança, e se isso não vem, é o sinal de alerta para os pais.

O Maranhão se informa aqui – Volta as aulas: o desafio de preparar a criança com autismo para esse momento

Duas leis municipais em vigor em Balsas tratam dos direitos e conscientização acerca do Transtorno do Espectro Autista – TEA. #OMaranhaoSeInformaAqui

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