Cultivares de soja adaptadas a região são lançadas em dia de campo da Fazenda Cajueiro
O Dia de Campo da Sementes Cajueiro reuniu profissionais ligados ao setor agro, como agricultores, pesquisadores e exportadores de grãos. O evento, realizado no sábado (19) na sede da Fazenda Cajueiro, município de Balsas – MA, teve objetivo de encontrar soluções sustentáveis de desenvolvimento para agricultura, de modo a refletir diretamente na produção de plantas adaptadas às condições climáticas e de solo da região.
Programação do Dia de Campo
No primeiro momento, os participantes visitaram as lavouras que passaram 27 dias de stress hídrico (sem chuva), e puderam observar o comportamento das plantas. Na ocasião foi realizado o lançamento de duas cultivares de soja: a FT 3179 IPRO e a FT 4181 IPRO, que estarão à venda para a próxima safra.
O grupo participou, no segundo momento, da apresentação do programa Sementes de Verdade, que é desenvolvido pelo grupo Fertiláqua, especialista em nutrição, fisiologia de plantas e revitalização de solo.
“As duas variedades são maranhenses, foram desenvolvidas e adaptadas à realidade da região. Dentre as principais características, elas têm maior tolerância a estiagens devido a sua estrutura, que inclui a folha pequena, que não abafa tanto a linha (caule), e não perdem os benefícios nas aplicações de defensivos agrícolas, uma vez que atingem toda a folhagem. Por isso, temos plantas que suportaram 27 dias sem chuva e se mantiveram com vigor. Naturalmente, elas cresceram um pouco menos por falta da água, mas não perderam flores, vargem, nem folhas. Estamos tristes pela seca, mas felizes porque mostramos que, através da pesquisa, é possível conseguir materiais mais resistentes para enfrentar as condições climáticas”, disse Idone Grolli, proprietário da Fazenda Cajueiro.
Segundo Adalberto Gomes da Silva, gerente da Fazenda Apuã, na região do Pé de Galinha, município de Balsas, na safra 2017-2018 foram feitos testes com as sementes da Cajueiro que obtiveram resultados favoráveis. Para a safra 2018-2019, a fazenda plantou 1.200 hectares. “As sementes estão na nossa região. São cultivares adaptadas a nossa realidade; o material é bom, não deita, é ereto, facilita a pulverização e nos deixa satisfeitos. Fizemos um teste e comprovamos que o resultado foi muito satisfatório, com uma boa relação custo-benefício. Deveremos começar a colheita entre os dias 25 e 28 janeiro e a expectativa é colher entre 58 e 60 sacas por hectare, mesmo com a estiagem que tivemos”.
O produtor rural Airton Zamignan, da Fazenda MS, município de Riachão, ressaltou que as Sementes Cajueiro estão no mercado há bastante tempo e já demonstraram que produzem materiais de qualidade. “É uma marca consolidada que nos orgulha muito, pois trata-se de uma empresa da nossa região, que desenvolve uma excelente pesquisa com uma grande capacidade de inovar e uma bela estrutura de armazenamento. Ao visitar as áreas de produção no campo, vi as variedades que são precoces e resistem bem a estiagem; são materiais bons, que têm um porte vegetativo, já estão na fase reprodutiva de enchimento de grãos em um ano que teve diversidade climática. Certamente são variedades que serão escolhidas pelos produtores”.
O engenheiro agrônomo e gerente de pesquisas na parte de melhoramento de sementes, Agnaldo Silva destacou que as duas cultivares lançadas são materiais de ciclo precoce, com condições de atender toda a região do Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Amapá e Tocantins, que se destacam por produzir em altitudes diferentes umas das outras.
“Os ciclos variam de 101 a 115 dias. São materiais com ótimo teto produtivo, têm ótima tolerância a seca comprovada através das plantas cultivadas aqui, na Fazenda Cajueiro, demonstrando que, apesar dos 27 dias sem chuva, não perderam a área folear e a produtividade. A Cajueiro tem um centro de pesquisas inovador, que busca a melhor qualidade de sementes, o que nos coloca entre os melhores do mercado”, afirmou Agnaldo Silva.
Ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Balsas, José Gabriel disse que o Dia de Campo foi muito especial para os produtores da região. “Visitamos as áreas de produção no campo, onde observamos plantas que, mesmo com muitos dias sem chuva, permanecem perfeitas, não perderam as folhas de baixo e mantêm o potencial alto de produção visto por todos. Esse é o fundamento e parabenizamos a Cajueiro por desenvolver esse trabalho”.
A Fazenda Cajueiro possui uma área plantada de 5.200 hectares, a maioria com soja, e serve como laboratório para experimento das sementes adaptadas ao clima da região.
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