Prevenção à dengue é reforçada com instalação do Centro de Operações de Emergência
Nesta quinta-feira, 9 de janeiro, o Governo Federal instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. A estratégia é uma forma de antecipação ao período sazonal da doença. Auxilia na ampliação do monitoramento das arboviroses e orienta a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores.
“Desde o lançamento do Plano de Ação contra a Dengue, definimos eixos estratégicos que priorizam a prevenção. Seguimos a lógica de que ‘prevenir é sempre melhor do que remediar’, o que inclui medidas simples que cada cidadão pode adotar, como dedicar ao menos 10 minutos semanais para eliminar possíveis focos do mosquito em casa e nas proximidades”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante coletiva de imprensa.
O planejamento e a resposta serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios. O COE coordena as ações de resposta às emergências em saúde pública. Isso inclui mobilização de recursos e articulação da informação entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, destacou que já estão sendo feitas ações de prevenção nos estados com maior tendência de casos. “Nós não estamos em situação de emergência ainda, estamos em situação de mobilização e alerta. A ideia é antecipar o período sazonal. Em alguns estados, já estamos observando tendência de aumento e estamos fazendo ações específicas”, disse a secretária.
TECNOLOGIAS — O uso de tecnologias de controle do vetor tem sido uma das principais apostas do Ministério da Saúde. A ministra da Saúde ressaltou que essa é uma das principais novidades dentro do Plano de Ação para Redução da Dengue e de outras Arboviroses, com foco no período sazonal 2024/2025. “O plano traz como novidade dar escala a tecnologias para o enfrentamento à dengue. Desde o reforço ao diagnóstico, numa escala mais ampla de diferentes tipos de arboviroses. E, além disso, podermos ampliar, dar escala a algumas tecnologias”, disse Nísia.
Entre as ações, destacam-se:
- Expansão do método Wolbachia, de três para 40 cidades
- Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas
- Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos
- Estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase do projeto
- Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a disseminação do mosquito
- No Distrito Federal, estão sendo instaladas cerca de 3 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país.
- “O método Wolbachia já mostrou excelentes resultados. Onde isso é mais consistente pelo tempo que foi aplicado no município, foi no município de Niterói, no Rio de Janeiro, mas há outras experiências e estamos fazendo em todas as regiões”, explicou a ministra. Com o método, são liberados mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbaquia, que impede que os vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam. Com o tempo, a população de mosquitos infectados atinge um nível estável e contribui para a redução das doenças.
PLANO DE CONTINGÊNCIA — Outra resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir preparação adequada para conter o avanço da doença. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses.
VACINA — A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025 também foi firmada como estratégia complementar. Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há doses disponíveis em larga escala pela limitação de produção do laboratório fabricante. Assim, a eliminação dos focos do mosquito segue como estratégia principal. Até o momento, 5,5 milhões de doses já foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal. Em 2024, foram enviadas 6,3 milhões de doses para os estados e o Distrito Federal. Dessas, foram aplicadas 3,14 milhões. “Nós já fizemos a compra de todo o estoque da empresa, 9,5 milhões de doses para 2025. Estamos trabalhando com estados e municípios para ampliação, porque temos em torno de três milhões de doses que estão em estados e municípios e ainda não foram administradas”, disse Ethel.
INVESTIMENTOS — O Governo Federal investiu R$ 1,5 bilhão para o período sazonal 2024/2025 com foco na redução de casos prováveis e do número de óbitos por Dengue, Chikungunya, Zika e Oropouche. A estratégia inclui o uso dessas novas tecnologias, a intensificação de campanhas educativas e outras medidas estratégicas. O valor representa aumento de 50% em relação a 2023.
ESTRATÉGIAS — Como parte das estratégias de combate às arboviroses, o Ministério da Saúde realizou o Dia D de Mobilização contra a Dengue no mês de dezembro, unindo Governo Federal, estados, municípios e a população. Desde setembro de 2024, por meio do Plano de Ação 2024/2025, estão em implementação os seis eixos de ação definidos pelo documento, elaborado em parceria com instituições públicas, privadas e organizações sociais. As iniciativas incluem a prevenção e vigilância; organização da rede assistencial com qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento; mobilização e comunicação comunitária; recomposição dos estoques de inseticidas, com 100% dos estados abastecidos; e a distribuição de mais de 3 milhões de testes para detecção de dengue e outras arboviroses.
CENÁRIO — Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde. Até a última quarta-feira, 8 de janeiro, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos estão em investigação em 2025. Do total de casos, 50% estão concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais, enquanto a região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências.
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Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde. #OMaranhaoSeInformaAqui
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República