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Primeira turma de Doulas conclui curso de formação, em Balsas

Novas doulas estão aptas também para o trabalho autônomo com gestantes e grupos de apoio à maternidade.

A primeira turma do curso de formação de doulas em Balsas, realizado no período de 26 a 28 de fevereiro no auditório do Hospital São José, com a participação de 15 mulheres, concluiu com êxito a formação. Ministrado por facilitadoras do Instituto Acqua, o curso intensivo teve aulas com conteúdo teórico e prático com a presença de quatro voluntárias grávidas.

Doulas são profissionais capacitadas para assistir mulheres em situação de gestação, parto e pós-parto, acolhendo-as, informando-as, prestando suporte emocional e físico a elas. Durante o trabalho de parto, realiza exercícios, terapias e massagens, usando bolas, agachamento, na piscina e repouso, que vão trazer o alívio não farmacológico da dor e melhorar a experiência do parto para a mulher independente do desfecho, o que diminui o tempo de trabalho de parto e as chances de parto instrumental, gerando muitos benefícios. E, em razão disso, é recomendado pela OMS, OPAS e Ministério da Saúde.

Segundo Graciela Rosa da Silva, idealizadora do curso e enfermeira-obstétrica, o curso veio para São Luís e foi estendido a Balsas. “Com o passar do tempo, o parto foi deixando de ser um processo natural e passou a ser mecânico, visto que os profissionais são os atores do parto e não a mulher parturiente. A doula veio com o propósito de resgatar a naturalidade do parto, o protagonismo da mulher, com respeito, sem violência para que comande esse processo – que é dela – e tenha o momento do parto lembrado com amor, carinho e não com traumas”, explicou.

Enfermeira e doula, Gley Simone Ribeiro da Costa ressaltou que o curso traz uma mudança nos paradigmas que a mulher vem sofrendo com a mecanização do parto, priorizando cesarianas, que causam mais riscos para a vida da mulher e do bebê. “O parto normal eleva a potencialidade da mulher em ser capaz de parir naturalmente, pois o seu corpo foi formado para isso. A formação da doula traz esse reforço, a naturalidade de apoio ao organismo e ao corpo da mulher para ajudar no processo do parto, tanto do lado técnico, como emocional, afetivo, apoio familiar e resgate da ideia de um parto domiciliar seguro”.

A facilitadora Patrícia Santos de Azevedo, enfermeira-obstétrica e parteira urbana, lembrou que a doula não realiza qualquer procedimento médico ou clínico como aferir pressão, toques vaginais, monitoração de batimentos cardíacos fetais, administração de medicamentos. Não substitui qualquer dos profissionais, médico, enfermeira e obstetra; seu trabalho é acompanhar e servir a mulher.

Sobre o parto em casa

Primeiro é feita a classificação de riscos e o parto em casa só pode ser indicado para gestantes de risco habitual, de baixo risco. O ambiente do lar é planejado para o parto. A mulher pode optar por ter seu parto em casa, em uma banheira com acessórios, sem precisar de uma internação com risco de se expor a uma infecção hospitalar para o bebê a para si. Mulheres que adotam princípios naturalistas estão optando por esse parto natural que está ganhando força no mundo inteiro. Quando se fala em doula, estamos nos referindo ao que tem de mais atual em evidência a saúde da mulher no parto e no período perinatal.

Sobre o curso

O curso de doulas faz uma aproximação do conhecimento técnico científico através de elementos da formação, trabalhando a empatia, com evidência científica da fisiologia, trazendo a desconstrução de alguns conceitos que a gente tem por ouvir falar, ou pela formação tradicional que não contempla a fisiologia do parto. Quanto menos intervenção desnecessária, melhor o resultado do trabalho e a satisfação da mulher em processo de parto, o que evita, também, situações de violência.

Mitos e verdades

Algumas mulheres acham que por que já tiveram um parto cesáreo, não podem ter um normal. Isso é mito; cada gestação é independente da outra. Uma mulher que se prepara para ter um parto normal, tem alguma intercorrência e precisa interromper com uma cesariana é algo normal de se acontecer. Algumas mulheres acham que os profissionais sobem em cima da barriga para empurrá-la como um ato de violência obstétrica que não pode acontecer. Elas têm que ter ciência disso, conhecer o contexto do trabalho de parto com respeito.

Atuação da doula

A doula pode trabalhar voluntariamente e/ou atender de forma particular. A maioria dessas profissionais que se formaram trabalham nos hospitais e fazem o trabalho de maneira voluntária para resgatar o parto natural de forma mais humanizada, como também podem atender de forma particular caso as gestantes queiram. Está sendo organizado um cadastro nos hospitais para atender as pessoas que precisem dos serviços da doula, que atua da 37ª à 42ª semana da gestação.

O Maranhão se informa aqui

Mutirão da Saúde e da Assistência Social atende beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida

Confira fotos dos atendimentos com as voluntárias grávidas e da formação

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