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Risco de incêndios nas palhadas dos plantios e pastagens preocupam agropecuaristas no Sul do Maranhão

Altas temperaturas e baixa umidade aumentam o risco das queimadas.

Segundo matéria veiculada neste domingo (2) no Programa Mirante Rural (TV Mirante), o Maranhão alcançou o segundo lugar no ranking dos estados com o maior número de queimadas no ano de 2018. A cidade de Mirador com 556 focos e Balsas com 453 focos de incêndio lideram a lista dos municípios com maior número de queimadas no ano. O levantamento é atualizado diariamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que usa imagens de satélite para monitorar as áreas com a maior quantidade de focos.

Em Balsas, o maior município em extensão territorial do estado e maior produtor de grãos, os agricultores estão em alerta. Tal preocupação encontra respaldo no fato de que vivemos um período com ausência de chuvas e a presença de material inflamável. Nas áreas de plantio, a preocupação é devida a presença especialmente da palhada oriunda de restos culturais da colheita (soja, milho, algodão) e a destruição das pastagens pelo fogo.

A palhada tem a função de proteger o solo e pode ser comparada com um guarda-chuva. No verão (estação chuvosa), protege o solo da ação direta dos raios solares, mantendo a sua temperatura amena e retendo a sua umidade, o que favorece significativamente a germinação das sementes, o desenvolvimento e a produção das lavouras; protege o solo da ação desagregadora do impacto direto das gotas de água das chuvas, reduzindo a erosão, que causa a perda de solo e de água, a contaminação e o assoreamento de nascentes, rios e reservatórios de água. Na estação seca (inverno), protege o solo contra a perda de umidade provocada pelo sol e pelos ventos.

A prática do plantio direto é comum na região de agricultura mecanizada e alto rendimento. É um sistema diferenciado de manejo do solo, visando diminuir o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas (tratores, arados, etc) sobre o mesmo.

Para diminuir os riscos, uma prática comum é fazer o aceiro que funciona como uma barreira para evitar que o fogo chegue a palhada que precisa ficar livre do fogo até o plantio da próxima safra assim que começar a chover na região que acontece lá para meados de outubro.

Nesse período, na região ainda está sendo feita a colheita do algodão e do milho de segunda safra. As colheitadeiras são acompanhadas de tratores com reservatório de água para que possa combater qualquer início de incêndio causado por faísca oriunda do aquecimento dos motores das máquinas.

As queimadas atingiram uma grande área da vegetação e pastagens, próximo a zona urbana de Balsas. O Corpo de Bombeiros atuou na proteção a residências, chácaras e patrimônios, sendo que não houve registro grave envolvendo pessoas ou residências. “O incêndio foi longo, devastou a vegetação nativa, algumas pastagens, matou muitos animais silvestres”, disse o Major Willys Pablo, comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militar (4º BBM-MA). 

Para fazer frente a estes desafios, que têm historicamente o mês de setembro registrando o maior número de queimadas, o 4º BBM conta com efetivo bem treinado, equipamentos de alta tecnologia: dois caminhões tanque operantes com capacidade para 8 e 5 mil litros. Duas viaturas para combatem incêndio florestal, sendo uma caminhonete equipada com o kit pick-up que permite acessar áreas onde os caminhões não têm aceso e capacidade para 500 litros de água, equipado com mangueira de 30 metros que permite uma dinâmica de combate às chamas maior.

Queimadas. (Foto: Reprodução)
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