Secretário de Saúde fala do planejamento para zerar óbitos infantil e materno, em Balsas
Um ano sem nenhum mulher perder a vida de parto e 60 dias sem óbito de bebê, na região que possuía os mais altos índices do Maranhão.
No último dia 01 de agosto foi comemorado, no Hospital Macrorregional de Balsas, responsável pelo atendimento materno-infantil na região, 60 dias sem óbito neonatal e um ano sem óbito materno.
O secretário municipal de Saúde, Dr. Luís Flávio de Lima Coelho, em entrevista ao Diário Sul Maranhense, falou de todo o processo que vem sendo implantado no município de Balsas, desde a posse da gestão Dr. Erik.
Planejamento para mudar os indices
“A partir da posse do Dr. Erik, iniciamos um planejamento, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Até 2016, a regional de Balsas tinha os mais altos índices de óbitos materno-infantil do Maranhão; o nosso desafio era mudar esses índices. Se colocava sempre a culpa no hospital, onde o parto acontecia, mas, na verdade, a culpa vem desde a falta de planejamento da gravidez. O pré-natal não era adequado, ou até a própria mulher não o fazia. E tudo isso acabava influenciando nos números de óbitos. Foi necessário atuar em todo esse ciclo. Implantamos o Centro Sentinela especializado em planejamento reprodutivo. Em 2016, tivemos 8 Dispositivos Intrauterinos (DIU) colocados. Em 2017, pulamos para mais de mil DIUs implantados, o que vai diminuir o número de gravidez indesejadas, fora os outros métodos contraceptivos ofertados como uso de pílulas, laqueadura e vasectomia. Também, foi implantado centro especializado em pré-natal de alto risco, a UTI neonatal e melhorias na atenção básica de saúde”.
Melhorias na Atenção Básica
“Realizamos diversos treinamentos e capacitações para os servidores da atenção básica, técnicos e enfermeiros, Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e, hoje, temos médicos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS); tudo voltado para combater a mortalidade materna infantil”.
Implantação do ambulatório multiprofissional especializado
“Acontecerá, ainda, no mês de agosto, com a coordenação do Conselho Nacional de Saúde, a implantação do pré-natal de alto risco. Apesar dos recursos desse atendimento permanecerem em Imperatriz, a prefeitura assumirá o custo de manter esse laboratório especializado que irá funcionar com melhores equipamentos e de forma mais eficiente. Temos o Hospital Macrorregional, com uma estrutura adequada para o recém-nascido e para a gestante. Antes, tínhamos uma média de encaminhamento para Imperatriz de um recém-nascido por dia e mortalidade de quase 90% das crianças encaminhadas. Hoje, a média é de um encaminhamento por mês e morte zero, nos últimos 60 dias. Foi uma evolução do pior quadro para o melhor possível, que é nenhum óbito. É um resultado que demonstra a qualidade de saúde que é prestada na região”.
Morte materna
“A regional de Balsas completou um ano com zero registro de morte materna. É o quadro ideal que nenhuma mulher perca a vida por causa da gravidez. Nós temos uma dificuldade: os números de Balsas são de toda a região, composta por 14 municípios, e nem todos estão fazendo o trabalho que nós realizamos aqui na atenção básica. O pré-natal de alto risco tem uma influência fundamental no óbito materno. Atender bem a mulher, classificar as gravidez de alto risco, dá o tratamento adequado são fatores que diminuem os índices. Aliado a isso, temos a UTI adulta para atendermos casos em que haja alguma complicação. Atualmente, temos 02 obstetras por plantão atendendo no Hospital Macrorregional de Balsas”, finalizou o secretário.