
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde, iniciou nesta terça-feira (3), um encontro técnico com representantes de municípios maranhenses para discutir a construção do dossiê que irá embasar o pedido de validação da eliminação da raiva humana por cães no Brasil.
A programação, que começou no auditório do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA), em São Luís, segue até esta quarta-feira (4), com a participação de municípios da Região Metropolitana e de áreas consideradas prioritárias no combate à doença.
Segundo a coordenadora de Vigilância, Prevenção e Controle das Zoonoses da SES, Celma Maria da Silva, o momento é decisivo para consolidar o compromisso dos municípios com a cobertura vacinal e a vigilância ativa. “Hoje estamos reunindo as regionais, especialmente aquelas com municípios prioritários, onde já houve casos de raiva animal, para preparar o dossiê, a ser encaminhado ao Ministério da Saúde. Uma das pautas mais relevantes que estamos dialogando com os presentes é intensificar a vacinação antirrábica canina. Essa é a principal forma de prevenção de uma zoonose altamente letal, tanto para os animais quanto para o ser humano”, explicou Celma.
A mobilização integra um esforço nacional para consolidar o dossiê que será apresentado à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e à Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de validar a eliminação da transmissão da raiva humana por cães no Brasil. O país não registra casos humanos provocados por variantes caninas do vírus há uma década.
Participam da reunião técnica representantes dos municípios da Região Metropolitana e de localidades consideradas prioritárias no combate à raiva: Barra do Corda, Chapadinha, Imperatriz, Sítio Novo, Cândido Mendes, Godofredo Viana, Luís Domingues, Cururupu, Serrano do Maranhão, Palmeirândia, São Bento, São Francisco do Maranhão, Timon, Morros, Icatu, Axixá, Presidente Juscelino, Cachoeira Grande, Açailândia e Caxias.
Nesta quarta-feira (4), a programação segue no Edifício Almere, em São Luís. A agenda inclui uma reunião com representantes da SES, Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA) e outras instituições envolvidas. O foco é avaliar as ações já desenvolvidas, definição da proposta de trabalho para 2025 e o planejamento do período pós-validação como área livre da raiva.
O coordenador-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, Edilson Ferreira, explicou o papel estratégico do Maranhão nesse processo. “O nosso objetivo é alinhar a construção do dossiê com um capítulo específico do estado e identificar os principais desafios enfrentados na vigilância e no controle da doença. Acreditamos que as ações de vigilância e vacinação têm surtido efeito, mas é necessário garantir que essa ausência de casos não seja apenas reflexo de um silêncio na notificação ou na coleta de amostras”, destacou Edilson.
O Ministério da Saúde pretende entregar o dossiê brasileiro até o fim de 2025, antecipando-se ao prazo acordado internacionalmente. Para isso, os estados devem concluir seus relatórios até agosto. A ação envolve apoio técnico, capacitação de profissionais e acompanhamento constante das coberturas vacinais.
O médico veterinário José de Souza, do município de Cândido Mendes relatou como funciona a atuação local. “Temos uma equipe de endemias que realiza campanhas anuais de vacinação antirrábica em cães. Também fazemos ações mensais de combate aos morcegos hematófagos, com capturas baseadas em notificações e busca ativa onde há relatos de animais agredidos, contudo temos dificuldade em manter as ações permanentes de vacinação”, contou.
Raiva
A raiva é uma doença infecciosa grave, transmitida principalmente pela mordida de animais contaminados. Ela acomete mamíferos como cães, gatos, bois, morcegos e até humanos. A letalidade é próxima de 100%, o que torna a prevenção, especialmente pela vacinação, a principal estratégia para conter sua disseminação.
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A raiva é uma doença infecciosa grave, transmitida pela mordida de animais contaminados, como cães, gatos, bois, morcegos e até humanos. A letalidade é próxima de 100%. #OMaranhaoSeInformaAqui