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Início da Propaganda Eleitoral marca cenário de polarização e desafios digitais

A partir de 16 de agosto, as campanhas eleitorais de 2024 começam oficialmente em todo o Brasil, com os candidatos a prefeitos e vereadores autorizados a realizar propaganda eleitoral. A largada foi dada, e os eleitores, a partir de agora, serão inundados com números, propostas, promessas e, inevitavelmente, confrontos.

O cenário que se desenha, em minha análise, será marcado por uma polarização intensa, principalmente nas grandes capitais. As escolhas eleitorais estarão, em muitos casos, ainda pautadas pela dicotomia entre esquerda e direita, entre as figuras de Lula e Bolsonaro, refletindo o clima de confronto que permeia o debate público. Infelizmente, essa eleição tende a ser mais uma onde o ódio e o ataque direto estarão no centro das campanhas.

Além disso, vivemos uma era onde a política se tornou um espetáculo digital. A eleição de 2024 será a mais influenciada pela internet até o momento, com candidatos investindo pesadamente na criação de conteúdos que visam o “lacre” — pequenos clipes de 30 segundos prontos para viralizar nas redes sociais. Contudo, é crucial lembrar que curtidas e comentários não se traduzem diretamente em votos.

Embora a internet desempenhe um papel crucial na formação de opinião e na amplificação das campanhas, não se pode perder de vista que a eleição ainda exige propostas concretas e a construção de uma verdadeira conexão com o eleitorado. A campanha digital, por mais forte que seja, não pode ser reduzida apenas ao “hype” nas redes sociais. Candidatos que focarem unicamente no espetáculo digital podem encontrar dificuldades em transformar essa visibilidade em resultados reais nas urnas.

Outro ponto que merece atenção é o impacto das big techs, em especial a Google, que se posiciona como um dos grandes beneficiados neste cenário, impulsionando conteúdos eleitorais através de algoritmos sofisticados. A política de 2024 será, em grande parte, uma campanha regida por algoritmos, onde quem souber utilizar as ferramentas digitais de maneira eficaz terá uma vantagem significativa.

Em resumo, apesar do papel decisivo que a internet desempenhará nesta eleição, não podemos afirmar que ela, por si só, determinará os vencedores. Haverá espaço, sim, para candidatos que se dedicarem a apresentar propostas sólidas e a estabelecer uma conexão genuína com os eleitores. Entretanto, será uma campanha onde o “vale-tudo” eleitoral encontrará seu lugar, tanto no espaço físico quanto no digital.

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Está dada a largada: polarização, influência digital e a realidade além das redes. #OMaranhaoSeInformaAqui

Por Elias Tavares, Cientista Político

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