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IFMA vai criar identidade visual para produtos quilombolas

Seis de fevereiro: dia do Agente de Defesa Ambiental. A data foi marcada, no Campus Monte Castelo, pela abertura dos trabalhos do projeto de extensão “Design para Todxs”.

O projeto tem o objetivo desenvolver a identidade visual e os rótulos dos produtos elaborados pela Reserva Extrativista Quilombo Frechal – unidade de conservação localizada em Mirinzal, na região da Baixada Maranhense, a 450 Km da capital, que conta com aproximadamente 350 famílias residentes.

Criada em 1992, a Reserva, com área de 9.542 hectares, é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que integra o seu conselho deliberativo formado, ainda, por representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, UFMA, UEMA, Prefeitura Municipal de Mirinzal e 15 entidades da sociedade civil vinculados aos quilombolas, trabalhadores rurais, grupos de jovens, religiosos e culturais. A sua história está ligada à luta das comunidades remanescentes de quilombos pelo reconhecimento do direito às terras ocupadas tradicionalmente na região desde o século XVIII.

(Foto: Reprodução)

As comunidades de Frechal, Rumo e Deserto vivem na Reserva praticando a agricultura familiar, pecuária, pesca e o extrativismo vegetal, principalmente do babaçu, buriti, juçara, tucum e bacaba.

No ano passado, a profa Antonia Macedo, do IFMA Campus Maracanã, desenvolveu uma oficina de beneficiamento de frutas na Reserva, no âmbito de um projeto institucional do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade associada aos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT/ICMBIO).  Foi abordado o beneficiamento de frutas existentes, com a produção de geleias, doces e conservas.

A atividade integrou um conjunto de capacitações que buscaram o fortalecimento da organização comunitária, do associativismo, e o aprimoramento das práticas produtivas. “Ao final do projeto, percebemos a necessidade de construir uma identidade visual para valorizar esses produtos e a própria comunidade”, ponderou o chefe da Reserva, Rogério Funo, Analista Ambiental do ICMBio, gestor da Reserva.

O projeto

Rogério Funo e a Antônia Macedo, na primeira reunião do projeto “Design para Todxs”, apresentaram para a equipe o histórico da Reserva e os produtos produzidos no local, bem como as iniciativas anteriores de fortalecer a organização comunitária, o associativismo e o aprimoramento das práticas produtivas.

“O projeto ‘Design para Todxs’ surge como uma forma de democratizar o design, possibilitando chegar aos locais que normalmente não têm acesso ao seus processos e serviços”, diz a professora do IFMA e coordenadora do projeto Camila Andrade.

Mestre em Design, com pesquisas na área do Ecodesign, a profa Camila propõe a utilização de alternativas artesanais, de baixo custo para a produção das embalagens. “Pensamos em elaborar um projeto que facilite a confecção dos rótulos pela própria comunidade”, afirmou.

(Foto: Reprodução)

A nossa expectativa é que a identidade visual estimule a organização da produção e o fortalecimento do associativismo”, afirmou Rogério. A marca também deverá ser utilizada para dar visibilidade às manifestações culturais como o tambor de crioula e os grupos de congo e capoeira.

A próxima fase do projeto será uma visita técnica ao quilombo para reunião com produtores e coleta de dados. “Estamos estudando o histórico e a organização da comunidade para, em seguida, trabalhar na etapa de projetação”, explicou Camila Andrade

O projeto foi contemplado no edital de fluxo contínuo da Pró-reitoria de Extensão do IFMA e tem previsão de duração de dois  meses. Ele conta, ainda, com a participação da servidora extensionista Adilla Marvão (subcoordenadora do projeto), dos professores Ribamar Matos (consultoria na construção da marca) e Tito Tsuji  (consultoria em meio ambiente), todos do Campus Monte Castelo, e dos estudantes bolsistas João Pedro Pimentel, Nicole Aguiar, Valéria Carvalho e Ester Lemos, do Curso de Comunicação Visual do campus.

(Foto: Reprodução)

Os estudantes terão a oportunidade de aplicar os conhecimentos acadêmicos em uma atividade com real aplicabilidade. “Serão executadas atividades projetuais, por meio de uma metodologia de co-criação, colaboração e um diálogo horizontal com as comunidades, respeitando suas especificidades e possibilitando o aprendizado mútuo, oportunizando experiência profissional e trocas sociais a todos os participantes”, concluiu Camila Andrade.

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Fonte: Portal IFMA

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