Digital influencer faz palestra sobre preconceito HIV/AIDS
Em suas redes sociais aumentam diariamente milhares de seguidores, o colocando num patamar de celebridade.
O Digital Influencer e Jornalista Francisco Garcia, após assumir publicamente ser portador do vírus HIV, conceder diversas entrevistas a blogs, TVs, Rádios e Jornais, viu o número de seguidores em suas redes sociais aumentarem diariamente aos milhares, o colocando num patamar de celebridade. Em suas entrevistas, Francisco deixou sempre claro que usaria o problema de forma positiva para influenciar pessoas e se tornar palestrante e ativista no combate ao HIV e preconceito contra portadores.
Na manhã desta sexta-feira (03) realizou a sua primeira palestra sobre preconceito e HIV/AIDS, na escola Centro Educacional Aprender Pensando (CEAP), em Balsas, para cerca de 200 alunos de turmas do ensino médio.
Francisco Garcia, que dividiu a palestra com professores de biologia, uma mãe e a diretora pedagógica da escola, descreveu como contraiu o vírus e assumiu a responsabilidade; falou, ainda, sobre prevenção, sexo seguro, testes de HIV e respondeu várias perguntas relacionadas ao tema.
Ao ser perguntado se não teme que algumas pessoas possam ser influenciadas a querer ser portadoras de HIV pelo sucesso e fama que, de repente, isso possa produzir e sobre acusação de que tenha usado o fato para se promover, disse enfaticamente que sim; porém tinha dois caminhos: ficar chorando, angustiado com o problema ou enfrentá-lo, buscando transformar isso de forma positiva. “Não queria estar com o HIV; não sei se amanhã estarei prostrado, ou em uma cadeira de rodas ou até mesmo se irei morrer. Mas escolhi viver hoje e ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema e outras a se prevenirem para que não aconteça com eles”, relatou.
A diretora pedagógica do CEAP, Onélia Pimentel Nunes, disse que, entre os conteúdos abordados nas turmas do 2º ano do ensino médio e 8º do ensino fundamental, está o estudo das células reprodutivas e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), incluindo a Aids. “É um conteúdo de ciências e biologia que vem trazendo essas informações. A iniciativa da escola foi trazer, em uma linguagem jovem, por meio de um digital influencer da nossa cidade, que passa por esse momento de descoberta da soropositividade, atrelada em uma linguagem técnica de professores de biologia, uma explicação clara, mostrando para os nossos alunos a realidade do que é informação correta, segura, para diminuir números de pessoas infectadas. Esta é a parte preventiva, a qual a escola tratou como forma informativa e educativa, também, de forma leve e ao mesmo tempo técnica”, destacou.
O Digital Influencer destacou a necessidade de se ter mais informações. “A falta de informação dentro das famílias faz com que parte da juventude aprenda sobre sexo na prática. É aí que pode dá errado e a pessoa acabar contraindo um vírus. É importante dizer que o HIV tem tratamento, já o preconceito se combate com informação. Um tema como esse vir para dentro da escola, falando abertamente sobre o assunto, é o primeiro passo para se combater o preconceito”, acrescentou Garcia.
Sobre a prevenção, disse: “Se fizer uma pesquisa perguntando quem, pelo menos uma vez na vida, praticou sexo de risco, teremos um resultado superior a 90% da população que já correu esse risco. Isso significa que 90% da população está sujeita a contrair o vírus HIV. Não existe outra forma de evitar o HIV e a Aids a não ser através do sexo seguro. É preciso fazer o teste, que se encontra em todos os postos de saúde e muitas farmácias com garantias que sua identidade será mantida em sigilo, de maneira que não se deve ter medo. O risco de morrer temos todos os dias ao sair de casa, ao andar pela rua e outros; o que não temos que ter medo é de cuidar da nossa saúde e pensar no próximo. Uma pessoa infectada com o vírus HIV pode transmiti-lo para outras pessoas, caso não faça tratamento correto”, continuou.
Conselho para uma pessoa que descobriu que tem o vírus HIV
“A pessoa que tem HIV tem dois caminhos: ou se entregar ao problema para sofrer, fazer disto algo ruim, ou virar o jogo. Conviver com o HIV, hoje, não é coisa de outro mundo. Procure se cuidar, busque acompanhamento médico. Eu tenho o vírus HIV, mas não queria ter. Para quem fez o exame e está com a saúde tranquila, que não contraiu o vírus, procure se cuidar. Faça sexo seguro”, alertou.
Garcia completou, ainda, dizendo que pretende continuar fazendo palestras, utilizando as redes sociais para combater o preconceito de forma inteligente, levando informações para escolas e comunidades carentes.