Crimes tecnológicos crescem no Maranhão, segundo polícia civil
Além dos golpes praticados pela quadrilha do WhatsApp, a polícia investiga crimes como os do falso boleto, do cartão clonado e da falsa fatura.
Cresce no Maranhão os chamados crimes tecnológicos, aqueles em que estelionatários e hackeres usam a internet para invadir contas bancárias, transferir dinheiro para contas de “laranjas” e até clonar cartões e alterar boletos que, ao serem pagos, depositam o valor na conta do falsário. Além dos crimes praticados pela quadrilha do WhatsApp, desarticulada esta semana em São Luís, a polícia investiga mais três tipos de crimes que são praticados de forma frequente no estado.
Os falsários também chegam a telefonar para a residência da vítima se passando pelo credor. Eles dizem que houve um erro no boleto enviado antes e pedem para a vítima aguardar outra fatura para fazer o pagamento. As vítimas, na maioria das vezes, acabam passando os dados do boleto originário ao falsário.
Durante uma atualização de boletos nos sites originais de agência bancária, o usuário, ao clicar em um link exatamente igual ao da segunda via solicitada, pode adquirir um boleto falso. Para a polícia, o usuário deve desconfiar de links e de arquivos enviados por e-mail. A recomendação é que o cliente confirme a autenticidade desse documento com a empresa prestadora do serviço.
Evitar o golpe
A Federação Brasileira dos Bancos (Fenabran), no fim do ano passado, lançou uma nova plataforma de cobrança com o objetivo de evitar esse tipo de golpe e proporcionar segurança e facilidade no pagamento de boletos, principalmente os vencidos.
A pessoa, ao fazer o pagamento de uma fatura, mesmo sendo vencida, é feita uma consulta à base centralizadora da Nova Plataforma para checar as informações. A operação somente vai ser valida caso os dados do boleto coincidirem com aquelas que constam no sistema.
Dinheiro de plástico
Odilardo Muniz explicou que os criminosos também aplicam o golpe do cartão clonado, o chamado dinheiro de plástico. Eles conseguem de forma fraudulenta a senha do cartão de crédito das vítimas e passam a realizar saques e compras em estabelecimentos comerciais.
Os golpistas também chegam a enviar falsas faturas de cartão de crédito para a residência das vítimas. Esses documentos quase sempre têm os dados corretos do consumidor, inclusive, informações sobre compras feitas pelo usuário do cartão.
Mais golpe
O delegado também informou que os golpistas aproveitam site de compra e venda para realizarem as ações criminosas. Um dos casos, a falsa venda de veículos, somente no ano passado, foram três vítimas na cidade.
Os criminosos anunciam a venda de um determinado veículo nesse site e exigem que o comprador deposite pelo menos 10% do valor da compra em uma conta bancária antes de o produto ser entregue. “A vítima acaba fazendo o depósito bancário e fica sem o carro e não consegue mais manter a comunicação com o falsário”, disse Odilardo Muniz.
Saiba mais
A polícia desarticulou nesta terça-feira, 3, uma organização criminosa especializada em aplicar golpes utilizando o aplicativo WhatsApp. Foram presos Leonel Silva Pires Júnior, chefe do grupo; Marksuel Pereira de Sousa, Ana Lúcia Miranda Rocha, Thatielle Cristina Cordeiro Silva, Ivanilde Nogueira Amaral, Erick Raphael Reis Teixeira e Eloah Cristina Araújo Machado. Até esta sexta-feira, a polícia continuava realizando incursões no estado para prender o último integrante desse bando, identificado como Rudson Januário Serra.
Eles chegaram a clonar o WhatsApp de ministro de estado, da governadora do Paraná, deputados e prefeituras do Maranhão, e conseguiram obter dinheiro que era depositado em contas de “laranjas”.
Entenda
Dicas para não cair no golpe do boleto falso
O usuário precisa sempre conferir se o código de barras na parte de cima da fatura é a mesma que aparece embaixo;
Em caso de pedir a segunda via do boleto é necessário solicitar a fatura sempre pelo site do banco emissor com CNPJ da empresa, o valor e data de vencimento do título;
A pessoa deve ter cuidado com telefonemas informando sobre a necessidade de troca de boletos alegando que existem valores indevidos;
Quando o boleto chegar, o usuário deve verificar o código de barras do cartão de crédito, pois é sempre o mesmo todo mês. Compare o código de barras da fatura do seu cartão com o do boleto do mês anterior;
Observe se há apenas o símbolo do banco do seu cartão de crédito, pois caso tenha logomarca de outra instituição financeira, desconfie, porque, pode ser uma fraude.
Fonte: Imirante/ O Estado