Imigrantes africanos resgatados na costa do Maranhão recebem CPF no Brasil
Agora todos os imigrantes podem emitir a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e exercer outros atos de cidadania no país. Confira como está a vida deles um mês depois de terem sido resgatados no oceano e trazidos ao Maranhão.
Os 25 imigrantes africanos que estavam à deriva em alto mar e foram resgatados para o Maranhão conseguiram a emissão do Cadastro de Pessoa Física (CPF) no Brasil. O cadastro realizado pela Receita Federal ocorre no momento em que o grupo completa um mês do dia em que chegaram no Brasil.
A solicitação do CPF foi realizada pela Defensoria Pública da União (DPU). Agora todos os imigrantes podem emitir a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e exercer outros atos de cidadania no país. A DPU também tenta conseguir o visto permanente de todos por meio de uma ação coletiva.
Segundo a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) um grupo de trabalho formado pelo Governo e organizações da sociedade civil também estão se reúnem para buscar uma solução conjunta relativa aos próximos passos, seguindo as orientações da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A vida no Brasil
Atualmente todos continuam alojados no Ginásio Costa Rodrigues, no centro de São Luís, mas podem andar livremente pelo país de forma legal desde quando conseguiram o documento provisório de Registro Nacional Migratório.
Gastos
Os imigrantes ainda não sentem a falta de dinheiro porque não precisam gastar muito no Brasil. Até o momento eles possuem alojamento, água, energia, comida e assistência médica fornecidos de forma gratuita pelo Governo do Maranhão no ginásio Costa Rodrigues.
Trabalho
Até o momento, 18 africanos manifestaram interesse em permanecer no Maranhão e estão buscando contatos de emprego para conquistarem sua autonomia. Em relação aos sete que querem ir para outros estados, o Governo do Estado está em campanha para juntar recursos dentro das secretarias e custear as passagens.
Em seus países de origem os refugados trabalhavam como pintores, garçons, pedreiros, motoristas e dizem que topam vários tipos de trabalhos no Brasil. Mohamed Saliou Bah, de 26 anos, é refugiado de Guiné e disse que busca trabalhar e melhorar a vida da família que deixou para trás.
Resgate em alto mar
No dia 19 de maio um grupo de 25 imigrantes africanos foi resgatado em alto-mar por um grupo de pescadores cearenses próximo ao município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís. Na embarcação chamada de “Rossana” estavam estrangeiros de Senegal, Nigéria, Guiné, Serra Leoa e Cabo Verde, além de dois brasileiros identificados como Josenildo Nascimento e Sílvio da Paixão Freitas.
Em depoimento, os africanos disseram que o barco partiu de Cabo Verde entre os dias 16 e 17 de abril, mas ficou à deriva por vários dias após o mastro quebrar e o motor pifar.
Fonte: G1-MA