Dados do Ministério da Saúde apontam que o Maranhão lidera o número de casos de leishmaniose visceral no país nos últimos três anos. Em 2017 foram registrados 789 casos; 703 em 2018; e 185 até o momento, em 2019.
Somando todos os registros, são 1677 casos em menos de três anos. Também chama a atenção a distância no número casos do Maranhão em relação a outros estados. No mesmo período, Pará e Minas Gerais – que vem logo atrás do Maranhão – registraram 463 casos a menos.
Os 5 estados com mais casos de leishmaniose visceral no Brasil
Estados | 2017 | 2018 | 2019 (Até 24 de julho) | Total |
Maranhão | 789 casos | 703 casos | 185 casos | 1677 casos |
Pará | 540 casos | 518 casos | 156 casos | 1214 casos |
Minas Gerais | 768 casos | 331 casos | 115 casos | 1214 casos |
Ceará | 340 casos | 327 casos | 101 casos | 768 casos |
Bahia | 274 casos | 251 casos | 80 casos | 605 casos |
O G1 entrou em contato, mas a Secretaria de Saúde do Maranhão não comentou o alto número de casos de leishmaniose visceral no estado.
A doença
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Leishmania chagasi. A transmissão acontece quando fêmeas dos mosquitos conhecidos como ‘mosquito-palha’ picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário. Em todo o país, 10 de agosto é o dia oficial da Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose.
Sintomas da leishmaniose em humanos:
- Febre
- Perda de peso substancial
- Inchaço do baço e do fígado
- Anemia
- Pode ser fatal se não for tratada em 90% dos casos
Sintomas da leishmaniose em cães:
- Emagrecimento
- Vômitos
- Fraqueza
- Queda de pelos
- Crescimento das unhas
- Feridas no focinho, orelhas e patas.
Tanto em humanos, quanto em cães, a doença é difícil de ser diagnosticada por ter sintomas parecido com outras doenças. Em humanos, a leishmaniose visceral pode ser fatal em até 90% dos casos, se não tratada.
Um outro problema é que os cães ainda são vistos como os vilões, sendo que são apenas os hospedeiros. Em vários casos, os cães infectados são sacrificados, mesmo quando é possível tratar o animal para que ele não contribua na transmissão da doença.
“A eutanásia, que ainda é usado para o controle da doença, claramente não está funcionando por algumas razões. Uma delas é que não é só o cão que participa como hospedeiro da doença. Existem outros animais, inclusive silvestres, que participam disso”, explica o médico veterinário Ricardo Cabral.
Segundo o veterinário, a leishmaniose não tem cura nos animais, mas atualmente também já existe um tratamento aprovado para a doença nos cachorros.
“No final de 2016, o Milteforan foi aprovado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da doença. O medicamento diminui a chance do cão poder transmitir o vetor para o mosquito-palha. Além disso, 94% dos animais conseguem o controle dos sinais clínicos e podem voltar a ter uma vida normal”
“Não significa que ele precisa ser tratado pelo resto da vida. É realizado o ciclo da droga, que dura 28 dias, e depois disso a recomendação é que o animal seja monitorado a cada quatro meses. A partir da avaliação de exames, o médico veterinário vai dizer se será preciso entrar com outro tipo de tratamento, ou não”, completa.
Ainda segundo Ricardo Cabral, também é recomendado que o dono do cão use outras estratégias para evitar a transmissão da doença, como o uso de uma coleira repelente para evitar a aproximação do mosquito, o que diminui a chance do animal ser atingido.
O Maranhão se informa aqui
Casal é preso em flagrante por tráfico de drogas; associação para o tráfico e corrupção de menores
Fonte: G1/MA
São 1.677 casos de pessoas infectadas em menos de três anos da doença calazar (doença de cães e gatos) transmitida por mosquitos. #OMaranhaoSeInformaAqui