Diário Sul Maranhense

Famílias cobram por justiça um mês após tiroteio em VAN que matou dois reféns em Sítio Novo

Nove pessoas foram baleadas em um confronto da PM com assaltantes em Sítio Novo — Foto: Montagem/g1

Neste domingo (4) completa um mês do tiroteio que matou dois reféns e deixou outros três feridos dentro de uma van, em Sítio Novo. Até o momento, nenhum dos envolvidos foram responsabilizados e as vítimas têm diversas cobranças ao governo.

Uma das vítimas que ficou em estado grave após a troca de tiros entre policiais e assaltantes é o motorista da van, Elton Coelho, que ficou sob a mira dos bandidos e quase morreu no hospital.

Segundo Elton, ele foi atingido com quatro disparos e precisou passar por três cirurgias por causa dos tiros que recebeu durante o tiroteio. Depois de 14 dias internado, o motorista tenta recuperar a saúde ao lado de familiares em Imperatriz.

“O que me deixa mas preocupado, é se a minha rotina vai voltar ao normal? Meu único meio de ganhar meu pão de cada dia era a minha van, que está destruída”, conta Elton, que diz não ter recebido apoio do governo do estado.

Só com as despesas no hospital, o motorista gastou quase R$ 30 mil e vive a base de remédios que têm um alto custo. Sem trabalho, ele conta com a ajuda de amigos. “Nós não temos resposta do estado sequer para comprar uma caixa de remédios”, conta.

Além de Elton, estavam na van o pai e a esposa dele, que tiveram ferimentos leves e não precisaram ficar internados. Já o filho, que também foi atingido pelos disparos, continua sendo assistido por médicos no Hospital Municipal Infantil, sem previsão de alta.

Policiais atiraram contra van

O irmão do motorista da van atingida por vários tiros durante um confronto entre PMs e assaltantes diz que os policiais fizeram disparos com o veículo ainda com reféns. Ezequiel Coelho, irmão de Elton Coelho, criticou a ação dos policiais que atuaram na perseguição ao grupo criminoso.

“A aeronave baixava na frente da van e levantava, tipo assim, abordando para que eles [assaltantes] parassem. Mas o bandido falava a todo o momento com meu irmão. Se ele parasse a van ou apagasse o veículo, por estar nervoso, eles iriam dar uma rajada na cabeça dele. Então meu irmão não conseguiu parar”, afirmou.

Além dos reféns atingidos no confronto, o piloto do Centro Tático Aéreo (CTA), o tenente-coronel Aniel, foi atingido na coxa por um disparo enquanto pilotava o helicóptero que fazia as buscas pelos criminosos. Ele conseguiu pousar, foi socorrido e está fora de perigo.

Além dos feridos, outros dois passageiros acabaram morrendo. Oneide Costa da Fonseca Oliveira, de 60 anos, foi socorrida, chegou a ser internada em um hospital de Imperatriz, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A filha dela pede justiça e esclarecimento do caso.

“Ninguém nunca entrou com a gente. Minha mãe estava indo para cuidar de meu tio, que estava operado do rosto, e aconteceu isso na estrada e minha mãe morreu. Eu quero justiça e saber quem matou minha mãe. Está muito difícil para nós”, declara Leudianes Costa, filha de dona Oneide.

Outro passageiro, Raimundo Francisco Sousa, morreu ainda no local do tiroteio. Ele chegou a ser confundido, pela Polícia Militar, como sendo um dos bandidos. A família dele também cobra uma explicação. Os documentos e os exames que estavam com ele nunca apareceram.

“Essa espera de respostas está sendo muito dolorosa para a gente. A família está totalmente dilacerada. Meu avô, de 80 anos, que é o pai da vítima, que já não tinha uma saúda das melhores, por causa da idade, agora está pior. Uma tristeza profunda”, afirma Luana Rodrigues, sobrinha de Raimundo.

O assalto

Uma quadrilha fortemente armada atacou a agência do Bradesco em Sítio Novo, no interior do Maranhão, na madrugada do dia 4 de maio.

Segundo a polícia, foram cerca de sete criminosos que explodiram o cofre da agência, que fica na Avenida Presidente José Sarney, por volta das 02h40. Por meio das imagens de câmera de segurança, a polícia foi acionada e passou a perseguir a quadrilha.

Três criminosos morreram durante um tiroteio com policiais militares. Dos criminosos que conseguiram fugir, um foi preso, no dia 8 de maio. Ele foi levado para o hospital em Porto Franco, já que tinha ferimentos pelo corpo que foram causados durante a troca tiros dos bandidos contra os PMs.

O que diz o governo estadual

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão disse que os policiais envolvidos no tiroteio foram afastados e que a perícia oficial do caso está em andamento para definir a dinâmica dos fatos, e que realizou exames solicitados pelas autoridades, que vão definir agora quanto as responsabilidades no tiroteio. O governo do estado não se manifestou sobre a assistência prestada às vítimas.

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Uma quadrilha fortemente armada atacou a agência do Bradesco em Sítio Novo, durante a fuga houve tiroteio que matou dois reféns e deixou outros três feridos dentro de uma van. Vítimas cobram do governo. #OMaranhaoSeInformaAqui

Fonte: G1/MA

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