Dois policiais militares estão entre os presos na 2ª fase da Operação Cargas deflagrada nesta quinta-feira (30) pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO) da Polícia Civil do Estado do Piauí. Os PMs presos são suspeitos de participação em assaltos no Piauí e Maranhão.
No total, cinco suspeitos foram presos na operação, sendo um em Fortaleza-CE.
Eles foram identificados como Wanderley Rodrigues da Silva, cabo da PM; o pai de Wanderley, que não teve a identidade divulgada; Bruno Costa de Oliveira, soldado da PM; Josué Oliveira Santos, funcionário de uma transportadora em Teresina; e Adolfo Cícero de Alencar Neto.
No Piauí, desde o fim do ano passado, vem sendo registrado uma série de crimes envolvendo roubo a mercadorias. Em dezembro, cerca de 100 TVs e celulares foram recuperados após terem sido levados do depósito de uma loja. Em janeiro deste ano, o gerente de uma loja de departamento em Teresina foi sequestrado e levado a um depósito para liberar celulares e TVs. Em fevereiro, o Greco apreendeu uma carga de café e leite em pó roubada e avaliada R$ 1 milhão.
Os policiais militares presos atuavam na “linha de frente nos assaltos” e recebiam cerca de 50% do valor roubado. Em entrevista coletiva, o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, informou que, no momento da abordagem, o cabo W. Silva ameaçou os policiais e disse que “atirava se tivesse um fuzil”.
No momento da abordagem foram apreendidas três armas de fogo, dinheiro, entre outros objetos.
“Os PMs entravam realizando as abordagens e aproveitavam que podiam utilizar arma de fogo para passar despercebido por abordagens policiais, se utilizando dessa condição para praticar os assaltos. Eles também realocavam o material em depósitos específicos. Após isso, comercializavam a carga para terceiros e saíam distribuindo todo o dinheiro”, disse o delegado Gustavo Jung, presidente do inquérito.
“As investigações constataram que W. Silva e Bruno organizavam e escutavam roubos de cargas nas regiões de Caxias e Santa Inês no Maranhão. Constatou-se que Josué, funcionário de transportadora, passava informações privilegiadas para Abimael (preso em janeiro deste ano) e este indicava para seus comparsas qual caminhão ou empresa assaltar. Já o Adolfo ajudava na logística dos roubos”, completa o coordenador do Greco, delegado Tales Gomes.
Gustavo Jung acrescenta que W. Silva também teria tido participação no sumiço de R$ 300 mil do Banco do Nordeste, em dezembro de 2017. Em 2018, o PM se envolveu em uma briga e acabou disparando contra o cantor Saulo do Gado.
“Cada um tinha uma função específica. Um era responsável pelas informações dentro da transportadora que repassava para quem ia fazer as abordagens e estes entregavam o material para quem aguardava no depósito. Aos poucos, o material ia sendo retirado em carros menores para não serem percebidos. De fato, a organização criminosa está bem configurada”, disse Jung.
Os presos serão indiciados por roubo e organização criminosa.
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Com informações do Cidade Verde/Teresina
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