O “alimento milagroso” da vez é a Moringa Oleifera, uma planta de pequeno porte que, apesar da origem asiática, passou a ser mais difundida entre os brasileiros. Pelo fato de ser uma planta que se adapta bem a diferentes tipos de clima e ser de fácil cultivo, pode ser cultivada até dentro de casa
Durante o III Seminário Agronômico Sul Maranhense realizado entre os dias 19 e 22 de março, o especialista em cultivo da Moringa, professor Dr. Jacob Silva Souto, ministrou uma palestra sobre o potencial para o cultivo da planta e um mini curso sobre a Coleta e Identificação da biota do solo: Teoria e Prática.
“É uma cultura que tem um potencial muito grande; dela se extrai tudo que se possa imaginar. Viemos com a finalidade de trazer essa informação e tentar inserir a moringa entre as culturas que podem ser exploradas pelos pequenos e grandes produtores em consórcio com outras culturas ou plantadas isoladamente. Passados 6 meses depois do cultivo da planta, o produtor já começa a extrair e ganhar dinheiro”, destacou Jacob.
Com relação aos solos do sul do Maranhão, o especialista lembrou que geralmente são ácidos e precisam de correção para plantio de qualquer cultura. “Aqui tem um lado bom: a química do solo se corrige e o mesmo é profundo. O sistema radicular da planta consegue se desenvolver e capacitar água e nutriente nas camadas mais profundas do solo. Temos que mudar a cultura do povo para absorver, buscando e implantando aos poucos, uma cultura potencial aqui no sul do Maranhão”, concluiu.
A Moringa tem mercado. Diferentes partes da planta têm um perfil importante de minerais, fonte de proteínas, vitaminas, betacaroteno, aminoácidos e vários compostos fenólicos que são poderosos oxidantes. É possível fazer farinha da folha da Moringa, óleo das sementes, cápsulas; sua folhagem pode ser uma excelente renda para quem tem pequenas áreas de cultivo.
Para Adriana Araújo Diniz, coordenadora do seminário e do curso de Agronomia da Uema Campus/Balsas, uma parceria fechada com o Dr. Jacob vai trazer experimentos que ele está fazendo na sua região.
O diretor do Campus, prof. Luciano Façanha Marques, frisou que a cultura da moringa é uma alternativa para a diversificação da propriedade rural. “Tem um elevado potencial, é altamente adaptada para o clima e temperatura da região e apresenta boa produtividade. Tudo que é extraído da Moringa se aproveita e pode beneficiar a alimentação animal e humana por ser altamente nutritiva; também pode ser utilizada na produção de óleos, cosméticos e fármacos (sendo muito eficaz no controle da glicemia”.
A cultura será introduzida nos projetos de pesquisa do curso de agronomia e será cultivada em áreas de propriedades parceiras. “Nossa previsão é que, ainda neste ano, iniciemos o plantio da Moringa a nível de teste, experimento, para avaliarmos a questão nutricional, como desenvolvê-la melhor e iniciar os estudos com o apoio do mestrado em Agronomia e Meio Ambiente da UEMA/Balsas. Vamos montar uma equipe multidisciplinar e multi-institucional para pesquisar com mais precisão e apresentar uma alternativa viável e rentável para agricultores da região”, finalizou.
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