Em entrevista concedida ao Diário Sul Maranhense, o presidente da Aprosoja/MA, José Carlos Oliveira de Paula, destacou os principais pontos de otimismo e preocupação dos produtores do Maranhão para a safra 2018/19.
Segundo informações da Aprosoja/MA, o estado terá uma área de plantio de 960 mil hectares com aumento incrementado pelas áreas plantadas nas regiões de Buriticupu, Caxias e Grajaú, que são fronteiras agrícolas ainda em expansão. A região sul do Maranhão, uma área já consolidada, está plantando 660 mil hectares de soja, envolvendo 12 municípios que compõem o polo produtor de Balsas.
Plantio da safra no estado
“Na região sul, já temos cerca de 90% da área plantada. O início do plantio deu-se no mês de outubro e continuou em novembro. Em algumas áreas da região do Rio Coco e dos Gerais de Balsas ainda não foi feito o cultivo, porém tudo o que foi plantado está transcorrendo bem. O agricultor está vendo a previsão do clima e está otimista. Na região que compreende o polo produtor de Chapadinha e municípios circunvizinhos já começou a chover, mas a maioria dos agricultores geralmente só começarão a plantar em dezembro, quando o índice de chuva é melhor, capaz de molhar bem o solo”, disse José Carlos.
Previsão meteorológica
“A região sofre influência do fenômeno El Niño. Chove mais em algumas áreas, que, hoje, já têm índice acima de 400 mm de chuva. Outras áreas têm menos chuva, que chega a 220 mm. O agricultor está atento aos índices históricos que dão uma base. No geral, a perspectiva é boa e não haverá problemas de safra”.
Previsão de aumento grande de safrinha
“Em virtude das chuvas e janelas de plantio, a safrinha (2ª safra) só é praticada no sul do Maranhão, enquanto as outras regiões fazem apenas a primeira safra. Não creio que haja um aumento significativo de área plantada, que deverá, na atual safra, ficar em torno de 210 mil hectares. Isso, também, em virtude dos preços que estão baixos e de alguns financiamentos ainda estão por acontecer”.
Custos de produção
“O produtor comprou insumos e equipamentos agrícolas na expectativa de que o dólar iria se manter. Por isso, a maioria das compras foram realizadas com o dólar beirando a casa dos R$ 4. Com a queda do preço da moeda americana, o preço da soja declinou e alguns produtores ainda estão esperando o melhor momento de mercado para negociar sua produção e de olho na safra de soja americana na expectativa de que os preços melhorem. Porém, o que mais preocupa é o custo do produtor. Os que deixaram para comprar insumos e equipamentos por último terão um custo de produção de 22 a 25% maior do que na safra passada, o que envolve frete, dólar e novas tecnologias que estão sendo adaptadas nesse plantio”.
Preço do frete e condições das estradas
“Temos problemas com as estradas, mesmo com o apoio que aconteceu na safra anterior, um esforço do governo estadual para garantir trafegabilidade; ainda estamos sofrendo muito na região. Tivemos o aumento do preço do frete; o preço do combustível hoje é o grande vilão do agronegócio”, afirmou o presidente da Aprosoja/MA.
Aumento de produtividade
“A previsão é de um aumento na safra, de modo que feche uma média superior a 52 sacas de soja por hectare. Alguns produtores precisam melhorar a tecnificação, a correção de solo. No geral, a expectativa é de crescimento. Com relação a produção de milho, boa parte da primeira safra vai para a exportação, pois as trading começaram a custear o milho. Às vezes, a safrinha não produz com qualidade para que o milho seja exportado, devido as preferências: o mercado de exportação gosta do milho amarelo com menos caule branco e outras. Quem planta primeiro consegue exportar. Quem cultiva depois, acaba suprindo o mercado interno, que opta pelo milho com mais caule branco e grãos grandes”.
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