O dia de finados é uma data religiosa tradicional no Brasil. Milhares de pessoas vão aos cemitérios prestar homenagens aos seus entes queridos. Muitos aproveitam a data para ganhar um dinheiro, vendendo velas, coroas e arranjos florais.
No cemitério central de Balsas, o dia foi marcado por demonstrações de fé e diferenças nas tradições de católicos, que celebraram missas dentro dos muros do cemitério, enquanto evangélicos utilizaram um espaço no lado de fora para levar sua mensagem aos visitantes.
Segundo a tradição católica, o dia 2 de novembro ganhou força a partir do ano 998 d.C., introduzido por Santo Odilon, ou Odílio, abade do mosteiro Beneditino de Cluny, na França. Ele determinou que os monges rezassem por todos os mortos, conhecidos e desconhecidos, religiosos ou leigos, de todos os lugares e de todos os tempos.
Quatro séculos depois, foi adotado pelo Vaticano o dia 2 de novembro como o dia de Finados, ou dia dos mortos, para a Igreja Católica. O costume de rezar pelos mortos nesse dia foi trazido para o Brasil pelos portugueses. As igrejas e os cemitérios são visitados, os túmulos são decorados com flores e milhares de velas são acesas.
O ato de acender vela serve para iluminar o caminho do falecido. Uma prática muito comum utilizada no século XX é que, quando alguém dava sinal que estava prestes a morrer, colocavam velas nas mãos da mesma para que não morresse no escuro.
O Cruzeiro Grande nos Cemitérios serve para que as pessoas que não têm familiares e/ou amigos sepultados no local e os que não identificaram o local do túmulo dos seus entes queridos possam acender velas em favor de seus mortos, com objetivo de manter as lembranças e a memória dos entes queridos que já se foram.
A fé evangélica
A tradição de não acender velas nos velórios e/ou nos túmulos de evangélicos tem como base uma citação de Jesus Cristo em João 8:12. “Falou-lhes, pois, Jesus, outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. Conforme essa fé, aquele que está em Cisto, já tem a luz, não necessitando de outra.
Nada de errado existe quando, movidos pelas saudades dos parentes ou pessoas conhecidas falecidas, se faz, nesse dia, visita aos cemitérios e até mesmo se enfeitam com flores os túmulos de pessoas saudosas. Entretanto, proceder rezando pelos mortos e acendendo velas em favor das almas dos que partiram não é recomendado pela tradição evangélica.
A recompensa de Deus vem pelos atos e caminhar neste mundo, em vida. Ou seja, não após a morte, conforme II Coríntios 5.10. “Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más”. Orar pelos que morreram é simplesmente orar por algo que Deus nos disse que já está decidido. Em Hebreus 9:27, diz: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo. Apenas enquanto estivermos vivos temos a oportunidade de escolher onde queremos viver a eternidade.
Outras religiões como as de matrizes africanas e o Espiritismo possuem tradições e rituais diferentes, embora acham algumas semelhanças com as tradições católicas.
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Fundado em Balsas o SINCOMBALSAS – Sindicato Patronal do Comércio
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Por Emanuel Lemos, Jornalista, Pasto, Bacharel e Professor de Teologia.