Diário Sul Maranhense

Uso de glifosato beneficia o plantio direto e diminui agressões ao solo no Sul do Maranhão

(Foto: Reprodução da internet)

O uso de glifosato beneficia o plantio direto do milho e da soja e diminui as agressões ao solo na região Sul do Maranhão. A afirmativa é do presidente da Aprosoja/MA, José Carlos Oliveira de Paula, em entrevista ao Diário Sul Maranhense, que abordou os temas a seguir:

Proibição do uso do glifosato.

“Seria um grande atraso para o agronegócio. Além das sementes utilizadas hoje, que são transgenicamente modificadas, com a proibição do glifosato, os agricultores teriam que mexer muito no solo, bem como destruir a palhada que, em um regime inconstante de chuvas, se faz necessária para a manutenção no solo, aumentando a resistência à seca, mantendo a temperatura adequada e os nutrientes para a planta. Isso permite plantar e, ainda que haja estiagens constantes, teremos uma planta que vai se desenvolver. Sem contar que o solo teria que ser gradeado, gerando a destruição dos nutrientes e aumento elevado de despesas para o produtor”, explicou.

Plantio direto.

“Hoje, temos 100% do plantio de soja, milho e algodão, nesta região, feito de forma direta, somente com algumas exceções, onde é necessário fazer alguma correção no solo, como reposição de calcário e outros nutrientes. Temos um solo que, com pequenas correções, se consegue ter alta produtividade e a palhada protege os micronutrientes”.

Agricultura de precisão

“A maioria dos produtores, hoje, utiliza a agricultura de precisão através do gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola como um todo, não somente das aplicações de insumos, mas de todo os processos envolvidos na produção, quando são feitas as análises todos os anos e, onde se necessita, faz-se a reposição dos nutrientes. Quando não mexemos no solo, estamos o protegendo”, finalizou.

O produtor Paulo Kreling, presidente da FAPCEN, destacou que “sem o glifosato ninguém planta. Fica inviabilizado o plantio direto na agricultura. Não tem como trabalhar sem o glifosato. A proibição foi uma decisão política e quem fez isso não entende nada de agricultura”, comentou.

O desembargador Kássio Marques, presidente em exercício do TRF-1, acatou recurso da Advocacia-Geral da União por entender que está caracterizada a “grave lesão à ordem pública” na suspensão do uso do produto.

“Nada justifica a suspensão dos registros dos produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram de maneira tão abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral…”, disse o desembargador que lembrou na decisão que tais produtos questionados “já foram aprovados por todos os órgãos públicos competentes para tanto, com base em estudos que comprovaram não oferecerem eles riscos para a saúde humana e para o meio ambiente”.

O glifosato é um herbicida utilizado em importantes lavouras brasileiras, especialmente na soja, o principal produto de exportação do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.

Plantio direto em palhada de braquiária numa fazenda do sul do maranhão. (Foto: Aprosoja)
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