Com grande parte da safra e safrinha 2018, ainda para ser escoada, agricultores do polo produtor de Balsas manifestaram preocupação com ameaça de paralisação por parte dos caminhoneiros, com a tabela de frete e com subsidio do óleo diesel.
Paulo Kreling, produtor rural e presidente da FAPCEN, disse que é uma tabela inviável e impraticável. “O agronegócio não tem como pagar essa conta. O governo transferiu o problema para nós. A gente apoiou a greve dos caminhoneiros ocorrida em maio. Foi válida e agora estourou pra nós. Hoje pra se ter uma ideia não temos nem preço de soja; as trades não estão fixando, pois são sabe que preço futuro terá o frete. Isso é uma questão que tem que ser resolvida. Tem que ficar na livre iniciativa, a lei da oferta e procura. Vários produtores estão pensando em ter frota própria. Estão formando cooperativas, se unindo. Além disso aqui na região temos um problema de estradas, pois a MA 006 não tem mais as mínimas condições de trafegabilidade, encarecendo o frete que inviabiliza o produtor rural e o caminhoneiro”.
Segundo José Carlos Oliveira de Paula, presidente da Aprosoja/MA, A tabela do frete está sendo contestada pelos setores mais prejudicados. “O frete para o setor agrícola teve aumento de 10% a 30%. Mas aqui no Maranhão, está prevalecendo a lei do mercado, o diálogo entre os caminhoneiros, os produtores e distribuidores”.
Sobre a paralisação dos caminhoneiros ressaltou que os rumores de uma nova greve seria iniciada nesta segunda-feira (3/9) não se concretizaram. Não houve qualquer interdição nas rodovias do país. Líderes dos caminhoneiros de Mato Grosso, Paraná, São Paulo e de estados do Nordeste confirmaram que não haverá greve. O governo tem dado a conta gotas o que foi pedido.
O Governo Federal pressionado, acabou cedendo e a prorrogação do subsídio do óleo diesel vai até o dia 31 de dezembro. “São medidas paliativas que, de uma certa forma, ajudam nesse momento. Em alguns lugares o preço do combustível aumentou por causa da alta do dólar”, disse José Carlos.
Conforme notícias publicada na Agência Brasil, o plenário do Senado aprovou hoje (5) a Medida Provisória (MP) 838/18 que concede subsídio na comercialização do óleo diesel de até R$ 0,30 por litro.
Conforme acordo feito entre o governo federal e os caminhoneiros, o que encerrou a paralisação da categoria em maio deste ano, ao todo serão destinados R$ 9,5 bilhões para garantir o desconto total de R$ 0,46 no litro do combustível para cobrir parte dos custos das distribuidoras. O texto, que também já que havia sido aprovado ontem (4) pela Câmara, garante subsídio até 31 de dezembro de 2018.